Tô aqui escrevendo e vendo você ocupar 3/4 de uma cama Queen e eu espremida na ponta, me equilibrando para não cair. É impressionante como alguém tão pequeno ocupa tanto espaço.
Você tem o hábito de dormir de conchinha. Eu não gosto muito, me bastam 10 minutos e já quero espaço, já você quer ficar abraçado a noite toda.
Quando reclamo, lembro que a culpa é minha. Você tinha uns 3 dias de vida e atendendo aos pedidos da sua mãe, fui ajudar na madrugada. Teus pais colocavam você no berço e tu não dormia mais do que meia hora.
Vovozinha chegou, preparou uma cama grande, deitou com você de conchinha e para surpresa dos seus pais você dormiu assim, aninhadinho as primeiras 3 horas. Expliquei os benefícios da cama compartilhada e eles ficaram surpresos por poderem fazer isso e adoraram a idéia.
Apesar de te amar eu dispenso dormir com você. Não relaxo, durmo em alerta, seu sono é péssimo e sei que em algum momento você vai berrar. Você faz isso desde sempre, já fizemos todas as rotinas, simpatias, rezas, chás…
Mas sempre que precisa eu arrasto a cama pro canto e passo mais uma noite meio que em claro esperando o momento do berro, que às vezes vem, às vezes não.
Vovozinha não tá só reclamando do seu sono confuso, tô querendo te falar que amar dá trabalho! Precisa de entrega, de dedicação, precisa muitas vezes priorizar o bem estar do outro, precisa de cuidado, às vezes precisa mudar os planos, fazer um estica e puxa na agenda e na vida para dar espaço para quem se ama.
Você é um carinha muito amoroso, nunca conheci uma pessoa que não ficasse apaixonada por você, dizem que os cancerianos são assim.
E eu quero te lembrar de passar esse amor que você recebe de forma abundante pra frente, para os seus amigos, seus familiares, para os desconhecidos, pro mundo.
Precisamos de mais pessoas amadas amando as outras. É a única coisa que vale a pena!
Será que hoje teremos uma noite tranquila de sono ou vai rolar o show da madrugada? Cada noite com você é um mistério.
A parte mais fofa é te colocar para dormir, ver você me imitando lendo um livro, virar pro lado pedindo “coxinha” que é dormir de conchinha e te ouvir falando: ba note, ti amu!